terça-feira, 12 de junho de 2012

O EVANGELHO É VIDA!



O espírito da verdadeira pregação ocorre toda vez em que o pregador e seus ouvintes entendem que a mais simples e eficaz comunicação da PALAVRA é aquela expressa sem os sons retóricos da fala,ou melhor,sem os recursos dialéticos de persuasão próprios do orador sacro.
Pregar,acima de tudo,é VIVER o conteúdo existencial da mensagem original do EVANGELHO.E isso se dá sem discursos,sem púlpitos,sem homiléticas,sem teologias,sem sermões,sem cultos,sem paletós e gravatas,sem retorno financeiro,sem chavões e clichês,sem convenções hermenêuticas,sem crenças sistemáticas,sem performances religiosas politiqueiras e sem o papagaiar de palavras desconexas e sem sentido.
Já dizia o saudoso mano Chico(Francisco de Assis):"pregue o EVANGELHO sempre,se for preciso,use palavras".

O testemunho obediente,a vida honesta,o caráter reto,a humildade mansa,a oração solidária,o amor sincero,o perdão profundo,a voz branda,o silêncio reverente,o respeito amigo,a inclusão fraterna,a diaconia alegre,a santidade discreta,a devoção perene,o conhecimento sábio,o arrependimento transformador,a revolução pacífica,o temor e tremor visceral e a vida útil estão muito escassos entre nós cristãos.
Falta-nos o quê?
Discursos moralistas,catequeses funcionais,arcabouços hierárquicos,formalismos litúrgicos,altares luxuosos,sacerdotes dos dotes templários,coberturas espirituais rotas,hinos de "fogo" aguados,palavras de ordens macabras,mecanismos etéreos teatrais,shows "gosperianos",romarias marchantes,cleros ungidos pastorais,vaticanos papais denominacionalistas ou fraternidades cristãs maçônicas feudais?
Sem pestanejar,afirmo:falta EVANGELHO na intimidade do SER.
E bobo é quem pensa nas Escrituras como ÚNICA fonte da REVELAÇÃO.
Daí,dizem:é porque eu sou bíblico,só bíblico...
"Tolinhos",acordem.
Posto que a CRIAÇÃO também semeie as boas novas todos os dias,o dia todo,proclamando-as em alto e bom som através das galáxias e universos cósmicos distintos,bem como anunciando-as até aos confins da terra mediante as manifestações vísíveis e invisíveis dos corpos celestes presentes na abóboda do firmamento.
Jesus,por exemplo,muito pouco fez menção das Escrituras em suas falas.
Suas pregações eram extraídas,parabolicamentes ou não,do solo concreto e evidente dos fluxos e refluxos da existência e da ambiência humana.
"Olhai as aves do céu e os lírios do campo" eram concordementes  e também meios e modos claros de Jesus garantir o consolo esperançoso na Graça e Provisão divinas no seu jeito todo peculiar de falar de Deus,O PAI,como SENHOR absoluto e SOBERANO da História e da VIDA.
Você sabe porque são assim as coisas?
Muito simples:não há EVANGELHO fora da vida tanto quanto não há VIDA fora do Evangelho.
Quiçá,daqui pra frente,pelo menos alguns poucos consigam discernir o dito do Mestre:
"Eu vim para que tenham VIDA,e a tenham em abundância".
Marcelos Louzada.