domingo, 27 de abril de 2014

O pecado da incredulidade

O que é incredulidade?

Achava que era carregar dúvidas a respeito do que me diziam sobre Deus, como se eu não pudesse questionar a bíblia hebraica, o paraíso, o porque do genocídio dos cananeus pelos israelitas, o porque de alguns nascerem com tantas dificuldades...  

 Não, isso não é incredulidade. Isso é só minha alma aprendendo dEle, é apenas alguém sendo sincero consigo mesmo, esperando discernir as respostas das suas perguntas...

Alguns amigos do meio religioso acham que incredulidade é duvidar, discordar de seu "superior" como se houvesse uma hierarquia religiosa... Para Deus somos todos iguais, e na verdade, quanto mais servidores do próximo nos tornamos, mais parecidos com Jesus ficamos.

Mas e a incredulidade? Jesus ficou estupefado com a incredulidade das pessoas de Nazaré que o viram crescer, tentaram até mata-lo quando esteve lá. Seus irmãos e sua mãe tentaram prende-lo, achando que estava surtado por se dizer o Messias... Já os religiosos, incrédulos, ficaram espalhando boatos que seus milagres eram fruto de um pacto com o Diabo, outros ficavam pedindo determinados milagres, meio que para invalidar os que viam Jesus fazer.

Eles sabiam que o que Jesus fazia e dizia era a mais pura verdade, mas não o podiam admitir nem para si próprios... Admitir a verdade, em determinados casos, nos fazem abrir mão de certas ideologias, conceitos, valores, posturas em relação ao dinheiro, ao futuro, ao que carregamos como esperanças.

Os fariseus achavam que tinham muito a perder reconhecendo Jesus como alguém que dizia a verdade. Então decidiram fechar os olhos, conscientemente, para a verdade que estava posta diante deles, e pior que isso, decidiram agir para apagar essa luz, para que continuassem reinando na escuridão, onde todas aquelas pessoinhas de Deus se submetiam a eles por pura ignorância.

Jesus os advertiu (o que serve para nós, claro) desse estado de "diabo humano" que teimosamente, fechando os olhos para a vida, busca a todo custo manter seu status quo... Jesus chama isso de "Pecado contra o Espírito Santo".


O Pecado contra o Espírito Santo não é um xingar a Deus, uma blasfêmia, como se o Espírito Santo fosse uma projeção, uma versão moderna do que erradamente costumamos entender o "Deus do Velho Testamento". Isso está mais associado a um entendimento errado, pontual, do texto de Mateus, do que ao que de fato Jesus quis dizer.

Até porque, se assim fosse, a cruz não teria sido suficiente, o perdão de Deus não seria maior do que eu, e a mensagem de Jesus encontraria um ponto de ambiguidade neste texto.

E Jesus não se contradiz.

Engraçado, e ao mesmo tempo trágico, que pessoas com neuroses de culpa em relação a Deus e até pessoas com tendências esquizofrenóides se apegam a esse conceito de "terem pecado contra o Espírito Santo", sentenciando contra si mesmos o castigo eterno, ao mesmo tempo em ficam "tentados", lutando em sua mente para não dizer um palavrão contra o Espírito.

Repito, pecar contra o Espírito Santo é o pecado da incredulidade, é se tornar um diabo humano, que além de teimosamente fechar os olhos para vida, ainda tenta a todo custo apagar a luz para que os outros continuem onde estão.

Ah, é tão mais fácil se deixar convencer por Ele, dar razão a Ele.

Até porque não há ideologia nem valor que supere o Amor. Não há dogma nem penumbra que se comparem a Luz.

Leo