quarta-feira, 30 de setembro de 2009
De Quem é a Culpa?
Na sociedade acadêmica-religiosa circula a idéia de que a causa do crescente número de pessoas que,diariamente,desvinculam-se da chamada igreja oficial, seja
Ela romana ou protestante,ocorra como desdobramento escatológico perceptível a-
través da fenomenologia contemporânea da pluralização,da globalização,da secu-
larização,do pragmatismo,do hedonismo,do relativismo e pelo avanço vertiginoso
do elemento tecnológico-científico pelo qual caminha a humanidade.
Desse mesmo segmento de confraria,levantam-se outros grupos de caciques
com um discurso mais ameno,alegando que os conflitos pelos quais se dão a rup-
tura institucional cristã por parte dos fiéis são frutos das ideologias geo-políticas-
filosóficas-sociais o que,praticamente,isentaria,se possível fora,o cristianismo e su-
as produções eclesiásticas de notório conluio.
A grosso modo,esse é mais ou menos o mecanismo de defesa utilizado com
a intenção de auto-preservar a imagem estética do ‘TEMPLO SAGRADO’ e justi-
ficar,perante a opinião pública,os milhares de abandonos paroquiais sem respostas.
No entanto,elucubrar pra fora sem se enxergar por dentro,torna toda a análi-
se da questão tendenciosa demais.Seria,contextualizadamente,perpetuar a velha
história dos sepulcros caiados dos escribas e fariseus,hipócritas,dos dias de Jesus.
Pra mim,o problema é simples.Basta pesquisar “in foco”.Dentro ou não dos
guetos onde tais conceitos se cristalizam e verificar-se-á que a re-legião da cristan-
dade assume um papel preponderante nas fugas individuais e ou coletivas dos que
saíram em direção a qualquer outra coisa que os leve para bem longe da panacéia
polivalente que viveram até então.
Aí,espremendo o furúnculo com vontade,talvez,o “carnegão” venha a tona e
nos diga ,com um pouco mais de seriedade,que chegou a hora de dar um basta de-
finitivo ao carnaval de curandeirismos, misticismos esotéricos,clericalismos-orto-
doxos-medievais-antropocêntricos,mercantilismos ao deus-mamom,pregações es-
petacularmentes profissionais-artísticas e de conveniências escusas,sistemas pie-
dosamente pagãos e,logicamente,diferentes outras performances messiânicas que
igualmente apresentam esse modelo auto-gestor da espiritualidade o qual,por sua
vez,muito pouca coisa tem haver ou,quiçá,nada,com a VERDADE conforme a
PALAVRA assim expressa e é.
Logo,não se assuste se o cristão de ontem,for o pagão de hoje e o pós-cris-
tão de amanhã.
“Pois o amor de quase todos se esfriará,mas ainda não é o fim...”
Pior,de quem é a culpa?
Pense um pouco.
Marcelos Louzada.